-Alô?
-Quem fala?
-É o Zé!
-E aí, Zé? Como vão as coisas? Que está mandando?
-Ah! Antôim, eu iaí na roça, mais o treim tá fei aqui.
-Por quê?
-Eu tava quereno iaí, né, prá nóis proziá mucado, passá o natal cuntigo, levá minha famia, mais num tá teno jeito de saí daqui da roça não moço. Tá uma barraria doida aqui, muinto buraco e esse tempim piora mai mucado. Aí fica difíci de saí! A nossa prefeitura num toma previdência ninhuma. Esquecero a roça... Que tá aconteceno homi?
-Nossa, Zé! Que pena que não pode vir! Gostaria tanto de passar o natal com você e sua família! Mas essa questão de buraco não é só aí. Aqui também a coisa está feia! É buraco prá todo lado! Para você ter uma idéia, tem buraco até na frente da prefeitura.
-Vixe Maria! O que que é isso?! Toda vez que vô na cidade teim argum pobrema de buraco! Ô cidadezinha sô! Eu tava leno no jorná Panurama essa sumana daquela rua são dumingo. Que que é aquilo, homi! Li tamem aquela da istrada para acessu prá fazenda Santa Clara. De clara as istrada tá ficano iscura! Cadê nossas artoridade? Será que ningueim vai arrumár nossas rua e istrada não sô?
-Novamente falo prá você, Zé, que ainda vamos ter que aturar nossa administração mais algum tempo. Já não agüento mais falar com você de buraco. Isso me decepciona muito! Ruas e estradas abandonadas e ninguém faz nada! Desde o inicío da Getúlio Vargas até a quinze de fevereiro! Está esse descaso com os motoristas e motociclistas.
-O treim tá feio! De trevu a trevu.
-Nesse tempom de chuva piora ainda mais, pois os buracos se enchem dágua e os motociclistas e motoristas não visualizam, caindo e danificando as rodas dos seus veículos e o prejuízo fica prá eles mesmos. E a prefeitura, nada!
-E cadê a nossa diministração ? Ningueim vai fazê nada?
-Ah, Zé, as nossas ruas já estão esquecidas há muito tempo pela nossa adiministração! Há muitos anos!!! Nessa época de chuva, nossa cidade sempre volta a conviver com os problemas, ocasionados pelos buracos que se multiplicam nas ruas. É mato cobrindo as áreas dos passeios, tampando a visualização dos motoristas e motociclistas. Em vários lugares da cidade, buracos e desníveis de pista exigem atenção dobrada dos motoristas que, em um segundo de descuido, podem ter o pneu do carro estourado, a roda amassada, a suspensão quebrada e, em casos mais graves, até mesmo sofrer um acidente. É preciso, então, ter paciência e mais atenção nessa época do ano, pois os buracos e remendos de asfalto nas ruas parecem ser um problema sem solução.
-É, rapá, cadê a mudança que eis ía dá? Em todas roça, o descaso é claro! Tá tudo isquecido: o povo, as rua, tudo! Nóis tá quereno mudança.
-Estamos esperando, Zé! Há muito tempo que eu escuto falar que vão asfaltar as ruas de Santos Dumont, mas até quando vão ficar só falando? Queremos e precisamos ações o mais rápido possível.
-Ô, Antôim, eu vô desligá, pruque já tô cansadu de falá de buraco! O jeito vai sê eu pegá meu tratô e arrumá a istrada por conta própia, pois se dependê da prefeitura, eu num saio mais de casa. Assim que ficá pronto vou aí na cidade.
-Um abraço, Zé, eu quero mudança!!!
-Eu tameim! Abraços.
“Eu quero mudança”
Leandro C Souza ( Niquinho)
Niquinho747@hotmail.com
Blog Giro com Niquinho
Claro que também adorei esta estórinha. Claro também que não podemos estar à espera eternamente que as autoridades, sejam elas quais forem, façam algo ou mesmo tudo. Temos nós, o povo, de deitar as mãos à obra, como o Zé já propunha fazer. Temos nós que mudar também de atitude. E quem sabe se um dia essas autoridades já não fazem falta!!!???
ResponderExcluirObrigada. Fique bem.