Fumaça misteriosa no lixão

Após denúncias feitas no programa "Diálogos" e na Câmara Municipal pelo Vereador Afonso Ferreira fomos verificar e confirmamos (19/10) a existência de uma fumaça misteriosa no "Aterro Municipal", o nosso lixão, provavelmente, desativado.

Com o volume de chuva desses últimos dias, imagina-se que o chão está muito molhado e ser quase impossível que a vegetação incendeie-se naturalmente ou mesmo que seja o fogo provocado por alguém.

A fumaça está saindo pelo chão e por dentro da vegetação existente no local, provavelmente uma combustão espontânea.

A fumaça é o lixo em forma de gases e de partículas visíveis e invisíveis. FUMAÇA É LIXO E FUMAÇA É VENENO!

Normalmente, o gás liberado pelo lixo vai para um dreno, para não haver risco de combustão. Mas como o nosso ex-"Aterro Municipal", vulgo lixão, não possui os drenos e o lixo foi depositado lá, irresponsavelmente, por vários anos, imaginamos que o gás (metano) está escapando por entre o lixo.

Este gás combustível é produzido naturalmente através da decomposição (apodrecimento) de matéria orgânica presente no lixo e também da celulose presente em abundância nos vegetais. Conforme as plantas vão morrendo, microorganismos se alimentam da matéria orgânica produzindo vários gases, dentre eles o metano.

Esse gás é extremamente inflamável e qualquer ação próxima dele pode fazê-lo entrar em combustão e até haver explosão, quando alguém está fumando, acende um fósforo ou mesmo do nada, sem ter acontecido nada iniciar a reação.

Quando lançado na atmosfera o metano polui o ar, além de aumentar a temperatura da Terra. É um gás que não possui cor nem cheiro, possui pouca solubilidade na água e, quando adicionado ao ar, torna-se altamente explosivo.

O metano é produzido através dos seguintes processos naturais: decomposição de lixo orgânico, digestão de animais herbívoros, metabolismo de certos tipos de bactérias, vulcões de lama, extração de combustíveis minerais (principalmente o petróleo) e aquecimento de biomassa anaeróbica.

A fermentação anaeróbica se dá pela ausência de oxigênio, a mesma que ocorre em depósitos de lixo e nos esgotos.

Se inalado, o metano pode causar asfixia, parada cardíaca, incosciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

A presença do gás metano na atmosfera afeta a temperatura e o sistema climático da Terra e ele é o principal componente do gás natural, por isso é um dos gases causadores do efeito estufa, colaborando para o aquecimento global.

Será que nossas autoridades municipais estão esperando que aconteça novamente aquele fumaçeiro de vários anos atrás, que causou acidentes na BR-040 e lesou pessoas inocentes que nada tinham a ver com a irresponsabilidade das administrações públicas?

Um pequeno detalhe: ainda existem catadores frequentando o lixão da BR-040, o que é proibido. Isto pode ser verificado na primeira foto, depois do vídeo.

E o lixo depositado na antiga usina de reciclagem, às margens da BR-499 (Rodovia Historiador Osvaldo Henrique Castello branco), vai esperar até quando para ser retirado? Vão esperar começar a sair fumaça também?

Os roubos e depredações, sempre previsíveis para um local abandonado, começaram e, provavelmente vão continuar. Quando comunicamos à Administração Municipal sobre os roubos, a única providência tomada para diminuí-los foi a contratação de vigias para trabalhar durante o dia, mas eles aconteceram à noite.

Os vigias carregam água de casa porque roubaram a bomba de água e não há energia elétrica. As telhas, que cobriam metade do refeitório, foram roubadas, assim como o transformador da Cemig, os padrões elétricos, os fios, as torneiras, os interruptores, motores e, talvez, outras coisas das quais não temos conhecimento.

Na ex-usina de reciclagem somente restaram uma imensa montanha de lixo - um crime ambiental; dois vigias, felizes da vida porque estão trabalhando naquele lugar horrível e cães, 5 deles alimentados por nós, que fazem companhia aos vigias e não abandonaram o local onde viviam.

Enquanto isso...

Fonte da pesquisa: A graça da Química

Fumaça misteriosa no lixão