"Diante das tragédias da natureza, só nos resta tremer, calar, sentir-nos impotentes diante dos atos de Deus. Mas o que aconteceu no Rio também nos obriga a ver que, quando as águas rolam, dá pra perceber com mais clareza, a outra tragédia: a social.
O Rio, limpo, é uma cidade povoada por pessoas pobres, sem amparo... Não na hora da chuva, não... Desamparados no sol, na normalidade, que prá elas nunca é normal.
Os mais privilegiados vêem a tragédia, com horror, na televisão ou ao vivo.
Estas tragédias revelam-nos as décadas de escravismo disfarçado, as décadas de encostas precárias... Dá prá ver a ignorância das vítimas que se recusam a sair do perigo, dá prá ver o sofrimento mudo de tantos seres invisíveis, que não notamos no dia-a-dia. O sofrimento que só grita e chora quando filhos e pais morrem na lama.
Estamos vivendo dias terríveis, feias imagens, sem nos esquecer dos governantes que, no passado, ajudaram a piorar muito a cidade e o estado.
Tragédia é o que a chuva nos mostra..."
Arnaldo Jabor
O texto acima, publicado em 2010, refere-se ao Rio de Janeiro, mas pode ser aplicado a todo o País e, principalmente, à nossa cidade, em 2011.
Já publicamos duas matérias alertando às nossas autoridades sobre os perigos a que estamos sujeitos e sabemos que a culpa não é da natureza e nem dos rios: eles chegaram primeiro e somos nós que estamos ocupando os seus espaços.
Em outubro de 2009, Ribeirão das Posses, rio que corta a nossa cidade, alertando sobre o seu assoreamento (preenchimento da calha natural que diminui seus volumes geométricos naturais, passando essa calha a suportar quantidades menores de água e acarretando o extravasamento pelas margens).
Em abril de 2010, "As lições que devem ser tiradas das tragédias" , sobre os fatos acontecidos no início daquele ano.
Em 2011, a maior desastre ambiental acontecido em nosso País, novamente comove a todos os brasileiros e ao mundo inteiro.
Não temos furacões, maremotos, tsunamis, terremotos (ainda) e não podemos nos vangloriar disto, mas já podemos intuir que o período das chuvas será a nossa preocupação, todos os anos, se providências urgentes não forem tomadas.
Os políticos gostam de culpar a natureza para se eximirem de suas culpas. É muito fácil dizer que houve uma ocupação desordenada e irresponsável do solo urbano. Mas quem é o responsável por ela? O povo? Não!
São eles, os agentes públicos, sejam federais, estaduais ou municipais, que tem o poder nas mãos e não usam a caneta por falta de coragem para organizar esta ocupação, fazendo o mapeamento das áreas de riscos e, compulsoriamente, retirando estas pessoas destes locais, com medo de perderem votos para as futuras eleições.
São eles, os políticos, que não oferecem melhores condições de saneamento, estradas, saúde, educação, moradia, transporte, trabalho e renda, obrigando as pessoas a se concentrarem nos centros urbanos, visando uma vida melhor.
Um recado deixado no Espaço do Cidadão, com o título Notícias anunciadas, deixa bem clara a nossa preocupação: "Durante os períodos das chuvas, as notícias são sempre as mesmas - destruição e morte. A cada novo ano, sempre a mesma e vergonhosa inoperância das autoridades "competentes". Por obra de Deus, Santos Dumont tem sido poupada. E a despeito das tragédias que se sucedem no Estado vizinho, até o momento nada foi implemento para impedir que desgraça igual suceda por aqui. Se nossos homens públicos tivessem o brio que deles o cargo exige, tomariam o chapéu e abandonariam seus cargos públicos. Santos Dumont merece Secretários capacitados e não essas figuras ocas e apagadas da cena política e administrativa local! Com eles, nos condenamos à mediocridade. "
Nossa cidade tem muitas áreas de risco, só não enxerga aquele que não quer ver.
O nosso Rio das Posses está mudando o seu curso e necessita urgentemente do seu desassoreamento, com a utilização de dragas. Não adianta ficar limpando a sua caixa no centro da cidade, fazendo capinas para retirar a sujeira, se no seu início, desde a nascente, esta caixa não existe mais.
No povoado de Posses, as pessoas estão perdendo seus terrenos para o rio. Há um mês atrás, houve uma enchente, que chegou a encher casas , fato nunca acontecido. Árvores enormes foram arrancadas pelo vento e muitas delas ainda se encontram caídas pelos pastos e terrenos. Lá existe uma lagoa que, se desbarrancar, fará estragos na região e amedronta aos moradores.
Aqueles que lá residem, por opção ou por não ter um outro lugar melhor para morar, estão perdendo suas hortas, o leito do rio cada vez mais se aproximando de suas casas e nenhuma providência foi tomada para ajudá-los. A estrada que os liga ao centro da cidade virou uma guerra anual e todos pedem "pelo amor de Deus" pela a sua manutenção.
Quando pedimos a manutenção da estrada, alguns podem pensar que estamos querendo ser beneficiados por sermos proprietários de um sítio na região. Mesmo com muito barro e buracos, chegamos ao nosso destino, porque o fuscão chega sempre. Pedimos , sim, por aquelas pessoas que utilizam-se da caminhada, por quilômetros, para chegar ao asfalto e pagar um transporte mais barato, por não ter o dinheiro para pagar a passagem do ônibus e que carregam garrafas de água para lavar seus pés e chegar ao centro da cidade limpos.
Nós que lá estamos todos os dias, há quase 11 anos, estamos observando a quantidade das chuvas aumentar a cada ano.
Os moradores da vila estão solicitando, desde o ano passado, que seja feita uma "limpeza" (desassoreamento) com máquinas e ficou somente na promessa. Alegam que tem de pedir licenciamento ambiental e que não é fácil de conseguir. Fomos cobrar e a resposta que tivemos é de que esqueceram de fazê-lo. Não é fácil ou não querem pagar por ele? Por que em outras cidades e estados as dragas executam esta limpeza e aqui não?
Enquanto estamos todos comovidos, com os olhos voltados para o desastre ambiental do Rio de Janeiro e preocupados em ajudar àquelas pessoas que perderam tudo, os políticos estão mais tranquilos, porque nos esquecemos do aumento dos seus salários em mais de 60% e que pagaremos muito caro para eles fazerem aquilo que nunca terão a coragem de fazer.
O bom político é aquele que pensa primeiro no bem-estar do seu povo, ao invés encher o seu bolso de dinheiro. Estamos porcurando um, mas achamos que nunca iremos encontrar.
As fotos acima foram tiradas em 2009 e a situação agora é pior, conforme mostram as imagens a seguir.
Não temos furacões, maremotos, tsunamis, terremotos (ainda) e não podemos nos vangloriar disto, mas já podemos intuir que o período das chuvas será a nossa preocupação, todos os anos, se providências urgentes não forem tomadas.
Os políticos gostam de culpar a natureza para se eximirem de suas culpas. É muito fácil dizer que houve uma ocupação desordenada e irresponsável do solo urbano. Mas quem é o responsável por ela? O povo? Não!
São eles, os agentes públicos, sejam federais, estaduais ou municipais, que tem o poder nas mãos e não usam a caneta por falta de coragem para organizar esta ocupação, fazendo o mapeamento das áreas de riscos e, compulsoriamente, retirando estas pessoas destes locais, com medo de perderem votos para as futuras eleições.
São eles, os políticos, que não oferecem melhores condições de saneamento, estradas, saúde, educação, moradia, transporte, trabalho e renda, obrigando as pessoas a se concentrarem nos centros urbanos, visando uma vida melhor.
Um recado deixado no Espaço do Cidadão, com o título Notícias anunciadas, deixa bem clara a nossa preocupação: "Durante os períodos das chuvas, as notícias são sempre as mesmas - destruição e morte. A cada novo ano, sempre a mesma e vergonhosa inoperância das autoridades "competentes". Por obra de Deus, Santos Dumont tem sido poupada. E a despeito das tragédias que se sucedem no Estado vizinho, até o momento nada foi implemento para impedir que desgraça igual suceda por aqui. Se nossos homens públicos tivessem o brio que deles o cargo exige, tomariam o chapéu e abandonariam seus cargos públicos. Santos Dumont merece Secretários capacitados e não essas figuras ocas e apagadas da cena política e administrativa local! Com eles, nos condenamos à mediocridade. "
Nossa cidade tem muitas áreas de risco, só não enxerga aquele que não quer ver.
O nosso Rio das Posses está mudando o seu curso e necessita urgentemente do seu desassoreamento, com a utilização de dragas. Não adianta ficar limpando a sua caixa no centro da cidade, fazendo capinas para retirar a sujeira, se no seu início, desde a nascente, esta caixa não existe mais.
No povoado de Posses, as pessoas estão perdendo seus terrenos para o rio. Há um mês atrás, houve uma enchente, que chegou a encher casas , fato nunca acontecido. Árvores enormes foram arrancadas pelo vento e muitas delas ainda se encontram caídas pelos pastos e terrenos. Lá existe uma lagoa que, se desbarrancar, fará estragos na região e amedronta aos moradores.
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Aqueles que lá residem, por opção ou por não ter um outro lugar melhor para morar, estão perdendo suas hortas, o leito do rio cada vez mais se aproximando de suas casas e nenhuma providência foi tomada para ajudá-los. A estrada que os liga ao centro da cidade virou uma guerra anual e todos pedem "pelo amor de Deus" pela a sua manutenção.
Quando pedimos a manutenção da estrada, alguns podem pensar que estamos querendo ser beneficiados por sermos proprietários de um sítio na região. Mesmo com muito barro e buracos, chegamos ao nosso destino, porque o fuscão chega sempre. Pedimos , sim, por aquelas pessoas que utilizam-se da caminhada, por quilômetros, para chegar ao asfalto e pagar um transporte mais barato, por não ter o dinheiro para pagar a passagem do ônibus e que carregam garrafas de água para lavar seus pés e chegar ao centro da cidade limpos.
Nós que lá estamos todos os dias, há quase 11 anos, estamos observando a quantidade das chuvas aumentar a cada ano.
Os moradores da vila estão solicitando, desde o ano passado, que seja feita uma "limpeza" (desassoreamento) com máquinas e ficou somente na promessa. Alegam que tem de pedir licenciamento ambiental e que não é fácil de conseguir. Fomos cobrar e a resposta que tivemos é de que esqueceram de fazê-lo. Não é fácil ou não querem pagar por ele? Por que em outras cidades e estados as dragas executam esta limpeza e aqui não?
Enquanto estamos todos comovidos, com os olhos voltados para o desastre ambiental do Rio de Janeiro e preocupados em ajudar àquelas pessoas que perderam tudo, os políticos estão mais tranquilos, porque nos esquecemos do aumento dos seus salários em mais de 60% e que pagaremos muito caro para eles fazerem aquilo que nunca terão a coragem de fazer.
O bom político é aquele que pensa primeiro no bem-estar do seu povo, ao invés encher o seu bolso de dinheiro. Estamos porcurando um, mas achamos que nunca iremos encontrar.
As fotos acima foram tiradas em 2009 e a situação agora é pior, conforme mostram as imagens a seguir.
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