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CAIPIRA NO CARNAVAL

O celular do Zé toca.

-Alô!

-E aí, Zé? Estou ligando para te perguntar o que achou do carnaval,aqui na cidade ? Você foi embora e nem nos despedimos.

-Ah! Antôim, eu saí cedo moço! Tinha que vim trabaiá. Cê tava durmino, aí num quis te comodar. Mais o carnavá, bão, bão, bão, num foi não. Mais teve bão, bão, bão!

-Mas você não gostou? O que achou de errado?

-Ah! Antôim, o treim aí é mei isquisito. Né iguá na nossa época não. Eu achu que só teve carnavá coas iscola de samba, que o resto num era carnavá.

-Para falar a verdade, também não gostei muito. O carnaval perdeu a sua identidade. Na quarta-feira, foi tranqüilo. Pelo menos, vi pouca confusão. Gostaria até de parabenizar a Polícia Militar, pela presença atuante no meio dos foliões.

-Isso é mermo. A pulicia feiz um trabai beim feito. I na quinta...nossa mãe! Tu viu as minina? Era broco do pijama, o broco dos sem pijama. As mininada tava quase pelada! Uma farta de respeito pras criançada e pras outra pessoa que tava lá! Os homi bombado tava de cueca, se achano. Eu achei farta de respeito! Foi só doidera e muita farta de respeito. Mais num era só a população que feis feio não!. Tu credita qui na sexta-fera, por vorta dumas meia noite, o banhero que tava na sérju neves tava trancado cum cadiado? Qui os cara tava tudo mijano do lado de fora, que as minina e a mulecada tava mijano no “banhero publico” na Manel de Paula? Num só nessa rua, mais im quase todas rua. O pió queis mija na porta das loja! Coitado dos lojista e dos funcionário que tem que fica limpano mijada de marmanjo.Sem contar que nessa rua Manel de Paula o bicho tava pegano. Tinha um monte de gente usano droga! Tu tinha que ver! Os pessoá ta tava tudo doidão!

-Que isso, Zé! Eu não vi!

-Foi a hora que fui dá uma rodada cus minino e cum cumpadi meu. Ah, moço! Num deu nem prá diverti direitu. Eu tive que ficá o tempo todo cus minino! Cumé que ia dexá os minino sozim? Num tinha jeito, né? I as criançada cuas quela ispuminha? Ô treim de doido! Eu ti disse aquele dia que eis ia atrapaiá e atrapaiaru. Meus muleque ficaro doido de vê tanta fulia. E qui fulia! O carnavá tinha que sê mais tranquilo e nao essa bagunçada.

-Ah, meu amigo Zé! Carnaval é assim mesmo! Que achou das escolas de samba?

-Ah, moço! Mais quando eu era mais novo, eu pruveitava de otro jeito. Nem sabia que era droga e o carnavá só tocava marchinha.As iscolas foi bacana! O Império tá de parabeins! Só tenho uma critica prá fazê...

-Qual é ?

-Na minha pinião, acho que a prefeitura poderia investi todo o dinhero gastado no carnavá em outro mei de curtura. Ficina curturá e um monte de otra coisa... As iscola teim que se mexê coas propia perna! Fazê bingo, rifa, eticetara. Mais tá bão. Quem sô eu prá falá, né?

-Teim um montão di otras coisa, mais se eu fô ficá conversano cuntigo aqui, vô ficá o dia todo! Mais apesá de muinta coisa errada, o carnavá foi bão!

-Ah, Zé! Tem muito caipira no “poder” que não pensa igual a você.

-Um monti de coisa teim que mudá, homi! Os treim sempre fica a mesma coisa! Nunca muda... Eu quero mudança! Eu quero vim no carnavá do ano que veim! Vamu vê se as coisa vai mudá.

-Ainda fico na esperança de que tudo que você falou até hoje vai mudar.

-Assim ispero Antôim...

-Ô Zé, que dia você vai vir aqui novamente ?

-Quarque dia tô na ária.

-Aqui,vou desligar. Te aguardo. Um abraço Zé.

-Inté homi! Té na próxima.

Leandro C Souza (Niquinho)
Niquinho747@hotmail.com
BLOG "GIRO COM NIQUINHO"

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