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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Reunião Hospital/Prefeitura/Câmara (1ª parte) - 27/01/2011


"O Hospital está aberto e ninguém está fechando o Hospital. Está tudo funcionando na normalidade"

Dr. Válter Gonçalves Souza - Diretor Clínico
30 anos de trabalho e mais de 14.000 cirurgias no Hospital

"O nosso Hospital é um hospital particular, que atende diversos convênios: atende SUS, UNIMED, Plansfer, atende tudo enquanto é convênio. Atende particular e um grupo de coisas. Ele é um hospital particular, porque ele mesmo tem que gerenciar os recursos: recebe o dinheiro e paga medicamentos, o pessoal da Enfermagem. A Enfermagem tem uma folha de pagamento de R$ 160.000,00. A maioria lá ganha extremamente mal e tem área que nós não conseguimos colocar a quantidade de funcionários que precisamos.

Para o Hospital funcionar tem que haver no Pronto-atendimento um médico de plantão, clínico geral, que hoje recebe um fixo de R$ 500,00 reais por plantão de 12 horas, que atende todo e qualquer problema de URGÊNCIA que chega ao Hospital. Se for eletiva não, tem que ir para os Postos de Saúde ou Policlínica.

Este médico do plantão não sabe fazer cirurgia, parto, atendimento de criança que tem dosagem totalmente diferente. Este plantonista, que também é obrigado a fazer os atendimentos de urgência na parte de cima até que o médico efetivo chegue, tem na retaguarda os demais médicos que trabalham no hospital.

Dos 54 médicos da cidade, apenas 17 trabalham no Hospital e não recebem nenhum tipo de salário.

Se chegar uma fratura pelo SUS, o médico plantonista faz o primeiro atendimento e chama médico da escala de sobreaviso, que autoriza o internamento do paciente e desloca-se para o Hospital para o atendimento. O mesmo acontece quando o paciente é uma criança.

Todos podem ficar tranquilos, porque há na cidade pediatras à disposição para fazer este tipo de atendimento.

O Hospital precisa de uma equipe médica de retaguarda. A dificuldade do Hospital é extrema devido ao pagamento deste sobreaviso. Em outras cidade, o pagamento pode chegar a R$ 800,00 e em Santos Dumont, é R$ 116,00.

Os médicos de fora têm medo vir trabalhar no Hospital, porque lá não tem veículos e não tem suporte de UTI porque não tem dinheiro. Se chega um paciente com traumatismo craniano, o médico se desespera. E agora?

Há 4 anos foi feito um TAC com o Ministério Público, a melhor coisa que aconteceu e a escala de sobreaviso: anestesia, obstetrícia e da maternidade.

Mesmo assim, durante estes 4 anos, só ficaram as pessoas originárias: Vildinei e Januzzi - na anestesia, Ângela, Marília e Márcio Pedro - na pediatria, Dalva, Filgueiras e André - na obstetrícia. Nenhum médico quis fazer esta escala de sobreaviso, apesar de termos pedido, que é remunerada a R$ 116,00, por cada 12 horas de plantão. O médico fica em casa e e chamado para atender uma urgência, a qualquer hora, e o médico tem que sair, às vezes de madrugada, sem nehuma segurança, e deslocar-se para o Hospital.

Os pediatras não estão suportando mais a sobrecarga, porque atendem pediatria, berçário e sala de parto, diuturnamente. São 10 plantões de 24 horas por mês, para cada um, já acontecendo em longa data. Já foram feitas muitas correspondências mostrando a real situação.

O Hospital está "louco" para que médicos venham para cá. Os médicos não estão largando a pediatria e não podem ser sacrificados, porque já não aguentam mais.

O único jeito de se conseguir mais pediatras para a cidade é com uma remuneração adequada ou, pelo menos, melhorada. Se houver uma melhora dentro da proposta apresentada, talvez se consiga mais gente para atender a Comunidade.

Santos Dumont só tem um Hospital, que é filantrópico e o pagamento feito pelo SUS não remunera o atendimento prestado aos pacientes, por isto não há interesse dos profissionais em atender pelo SUS.

Em alguns hospitais de Juiz de Fora, o atendimento do SUS é minoria e o pagamento do SUS é maior porque é alta complexidade, chegando ao triplo do pagamento efetuado aos profissionais de Santos Dumont, que estão enquadrados na média complexidade.

O Hospital está aberto e ninguém está fechando o Hospital. Está tudo funcionando na normalidade, mas não consegue-se encontrar profissionais para trabalhar com os valores que estão sendo pagos.

Os gestores da saúde tem que tentar arranjar mais médicos para vir para a cidade. Os 17 médicos do Hospital trabalham dia e noite.

Em Hospitais filantrópicos de outras cidades existem pessoas ricas que fazem doações, o que não é o nosso caso, por sermos uma cidade pobre.

Precisamos tentar melhorar o que se tem lá. O Hospital sempre viveu um problema: as pessoas acham que há desvios de dinheiro. Desviar o quê? Não há nada para ser desviado!

Temos que mudar a mentalidade em relação ao Hospital e olhá-lo com mais carinho! Se alguém tiver alguma dúvida, vá lá e sane as dúvidas. O Hospital é público!

O Hospital não é público para receber benefícios, mas é público para prestar os serviços."

Foi sugerido pelo Dr. Válter que o Hospital tenha uma administração tripartíte: Prefeitura, Hospital e Ministério Público.

Em uma próxima postagem, a palavra da Administração Municipal.

Ata da reunião

2 comentários:

  1. Parabéns Dr. Válter é isso que os sandumonenses preciasm saber, da sobrecarga dos médicos, da falta de remuneração adequada, dos problemas que passam o nosso hospital. Soltar boatos é muito fácil, mas fazer a gestão sim, isso que eu queria ver, assumir a gestão de uma entidade que tenta por sua vez fazer o melhor possivel e as vezes pela falta da compreensão de alguns, se torna defamada e caluniada. Precisamos sim é buscar as soluções para o melhor atendimento da população sandumonense que tanto sofre por falta de muitas políticas públicas. O trabalho tem que continuar...

    Fabiano Diogo Ferreira
    CREA/MG 96.164 - D

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  2. pq não apresentar publicamente os numeros financeiros da instituição? ou ela é ou não é publica? se é privada, sua contabilidade não pode ser exposta ao publico. qto a dar subsidios para ajudar o hospital, pq não cortar na carne, essa moda deveria pegar, salarios altos em uma cidade como a nossa para que? quem sabe assim destina-se algo a mais aos medicos?! qto dizer q a cidade é pobre, concordo, mas, dai afirmar q é por conta disto q não se tem ajuda filantropica de empresas e/ou pessoas vai longe a distancia. exemplo para isso é fazer um pacote q venha a atender a parcela q contribui c/ a cidade - COMERCIO - e quem sabe os nossos gordos e abastados empresarios colocando um pouco do SEU ajudaria, afinal, eles ficam doentes e os seus familiares e funcionarios tb.

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