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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sessão Solene: Colônia Sírio-libaneza

Na noite de 18/02, a Câmara Municipal de Santos Dumont homenageou a colônia sírio-libaneza de Santos Dumont, como forma de reconhecer a sua importância no crescimento e desenvolvimento da cidade.

O texto abaixo é um agradecimento a todos os Vereadores pelo reconhecimento. Esta sessão solene tornou pública a contribuição de valorosos homens e mulheres que corajosamente atravessaram o mundo para criar aqui não apenas negócios, mas Famílias!

"Youssef, Salim, Ibrahim, Fuad, Abrahão, Jamil, Nagib, Habib, Tufik, Salomão, Chafic.

Quem não conhece um "turco", como se diz até hoje, mais por hábito do que por preconceito?

Tem o dono da venda, o dono da fábrica, o político, o médico, o pai do amigo, o vizinho.

Estimativa dava conta de que éramos 4% da população brasileira em 2000.

Ao contrário de outros grandes grupos, a imigracão sírio-libanesa foi espontânea e individual.

A maioria estabeleceu-se na cidade e preferindo ganhar a vida como comerciante autônomo a ir para as lavouras do interior.

O objetivo era "fazer a América": ganhar dinheiro e voltar. Acabavam ficando e trazendo o resto da família.

O patrício chegava, pegava umas mercadorias em consignação, colocava na maleta e saía vendendo de porta em porta ou sobre a lona estendida na praça. Aos poucos, abria uma lojinha, um atacado, com sorte uma indústria. O comércio permitiu juntar dinheiro mais rápido e deu liberdade para depois aplicar parte dele em boas escolas para os filhos.

Ao colocarem suas quinquilharias na maleta e sair de bicicleta, no lombo do burro ou de barco pelos grotões do Brasil, os imigrantes ajudaram a povoar o país e fincaram raízes nos cantos mais remotos.

O presidente americano Theodore Roosevelt conta, em suas memórias da viagem que fez pelo interior do Brasil em 1914, em companhia do marechal Rondon, que encontrou um jornal da colônia, escrito em árabe, num lugar onde não se avistava ninguém a dias de caminhada.

Com o "comércio no sangue" desde gerações imemoriais, os imigrantes iam atrás de fregueses, de oportunidades. Ou mercado, como se diria hoje. Operaram uma revolução no comércio popular, com novidades como vendas a crédito, redução da margem de lucro compensada pela quantidade, alta rotatividade de estoque e promoção de liquidações.

E nessas idas e vindas, muitos chegaram à Palmyra!

E ajudaram muitíssimo na transformação da economia local. Criaram um dos comércios mais prósperos das Minas de então.

A antiga rua 15 de fevereiro, hoje Antônio Ladeira, vivia abarrotada de gente pelas lojas. O trem da antiga Central do Brasil parava e habitantes das cidades circunvizinhas aqui vinham para realizar suas compras.

Decerto, teríamos uma outra Santos Dumont não fosse a presença tão marcante da colônia sírio-libanesa! Por uma razão muito simples: o comércio é o maior gerador de riqueza que conhecemos. É também o maior estímulo que podemos dar às nossas economias.

E isso os imigrantes fizeram, e muito bem."
Luiz André Barra Couri

Compareceram à solenidade os Vereadores Afonso, Altamir, Cláudio, Labenert, Norberto e Sandra.

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