Seguidores

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Meio Ambiente - Não há nada para comemorarmos em Santos Dumont

Com a aproximação das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, não poderíamos deixar de voltar a um assunto que incomoda a todos: o nosso lixo.

A cidade de Barbacena está reativando a sua usina de reciclagem, depois de cinco anos sem funcionar e gerará emprego e renda para os catadores de materiais que irão trabalhar no local, por meio da Associação Barbacenense de Reciclagem, contribuindo com o meio ambiente.

A cidade de Ubá fechou o seu lixão e o material recolhido (60 toneladas/dia) está sendo levado para o Aterro Sanitário de Juiz de Fora, uma medida provisória já que o governo municipal pretende construir um aterro próprio, como manda a lei. O projeto para a construção do Aterro Sanitário de Ubá custará R$2 milhões, dinheiro do Governo Estadual. A "exportação" do lixo para Juiz de Fora terá um custo de R$1,5 milhão por ano, quase o valor total da obra e as pessoas que hoje vivem da coleta do material reciclável no lixão serão transferidas para um Centro de Triagem, receberão capacitação e passarão a trabalhar em conjunto, com o apoio e suporte da Agência de Desenvolvimento de Ubá. A previsão da Prefeitura é que o Aterro Sanitário de Ubá esteja funcionando dentro de um ano.

Um fato é preocupante: o Aterro Sanitário de Juiz de Fora comporta receber esta quantidade de lixo? A produção de lixo aumenta a cada dia e não podemos nos esquecer de que o aterro foi construído para atender a cidade de Juiz de Fora. Quando não mais suportar os "estrangeiros" que o estão contratando para soluções paliativas e emergenciais, simplesmente dirão "não podemos mais atendê-los".

Quando isto acontecer (e não demorará), onde será despejado o lixo de Santos Dumont? Temos um local apropriado para fazê-lo, como manda a lei?

Enquanto iniciativas como estas iniciam-se, a nossa usina de reciclagem encontra-se em estado deplorável (imagens de maio/2011).

-
-
-
-
-
-

As nossas autoridades entendem como "aterro controlado" o depósito que foi utilizado até o ano passado para despejar o lixo e, segundo informações verbais, a FEAM autorizou que os rejeitos da extinta COLETEC possam ser depositados no mesmo local (margens da BR-040).

Mais uma vez afirmamos: aquele lugar não é um "aterro controlado". É sim um "lixão soterrado".

Lixão às margens da BR-040

Só para informar, mais uma vez, vejam as explicações:

Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos - o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixão a céu aberto, e pior ainda, crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender. No lixão o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as conseqüências ambientais e sociais negativas.

Aterro controlado é uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila, e grama (idealmente selado com manta impermeável para proteger a pilha da água de chuva) e captação de chorume e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber resíduos com uma impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta dos impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de lixo com terra ou outro material disponível como forração ou saibro. Tem também recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absorção pela terra ou eventuamente outro tipo de tratamento para o chorume como uma estação de tratamento para este efluente.

A cidade de Santos Dumont consta no sítio da FEAM - Minas sem lixão como aterro sanitário regularizado pelo seguinte motivo: o nosso lixo está sendo depositado no aterro sanitário de Juiz de Fora. Será que a FEAM não determinou que os rejeitos fossem depositados em Juiz de Fora e as nossas autoridades entenderam errado, por terem mentalizado que o depósito às margens da BR-040 é um "aterro controlado"? Ou viram o mapa da FEAM e acham que "aquilo" é um aterro sanitário?


A disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário que antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC, esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado através de drenos de PEAD, encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.

"A usina de reciclagem de Barbacena, na Zona da Mata, em Minas Gerais, foi reativada depois de cinco anos sem funcionar. A expectativa é de reaproveitar pelo menos 20% do lixo produzido na cidade – 60 toneladas por dia. Trinta catadores de materiais trabalham no local, por meio da Associação Barbacenense de Reciclagem. Os servidores fazem a separação do lixo de acordo com cada tipo de material. Além de contribuir com o meio ambiente, a iniciativa também gera emprego e renda, e a inclusão social."


"A partir de segunda-feira (30) o lixão de Ubá estará fechado. Todo o material recolhido na cidade será levado para o Aterro Sanitário de Juiz de Fora. A medida é provisória já que o governo municipal pretende construir um aterro próprio, como manda a lei. A população de Ubá produz, por dia, uma média de 60 toneladas de lixo. Todo o material recolhido é despejado no lixão, que fica a 13 quilômetros do Centro da cidade. Segundo o prefeito Vadinho Baião, o projeto para a construção do Aterro Sanitário de Ubá custará R$2 milhões, dinheiro do Governo Estadual. Enquanto estiver em construção o transporte do lixo para Juiz de Fora terá um custo de R$1,5 milhão por ano. Quase o valor total da obra. As pessoas que hoje vivem da coleta do material reciclável no lixão serão transferidas para um Centro de Triagem. Elas vão receber capacitação e passarão a trabalhar em conjunto. O suporte para treinamento e capacitação será feito em parceria com a Agência de Desenvolvimento de Ubá. Em média, cada catador recebe cerca de R$700 por mês com a venda de material reciclável. Mas cada um trabalha por conta própria. Agora eles esperam que a mudança traga melhorias para a classe. A previsão da Prefeitura é que o Aterro Sanitário de Ubá esteja funcionando dentro de um ano. Na região, a cidade de Santos Dumont já manda o lixo para o aterro de Juiz de Fora."

Um comentário:

  1. Gostaria de que alguém da administração municipal nos informasse, se o município recebe algum tipo de benefício (repasse), pelo fato de estar enviando o RSU para Juiz de Fora, tipo ICMS ecológico, ou solidário?

    ResponderExcluir

Por favor leia antes de comentar:

1. Recomenda-se critérios nas postagens de comentários abaixo, uma vez que seu autor poderá ser responsabilizado judicialmente caso denigra a imagem de terceiros. O aviso serve, em especial, aos que utilizam ferramentas de postagens ocultas ou falsas, pois podem ser facilmente identificadas pelo rastreamento do IP da máquina de origem.
2. Os comentários são todos moderados;
3. Escreva apenas o que for referente ao tema;
4. Ofensas pessoais ou spam não serão aceitos;
5. Comentários Anônimos serão deletados:
6. Comentário escrito caixa alta (todas as letras maiúsculas) serão deletados.

Obrigada por sua visita e volte sempre!