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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dodi, Caco, Pedro, Dedé e o tiro no pé

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Dodi estava sentado na cabeceira da ponte, observando o rio passar. Naquela ponte via garrafas pet, fraldas descartáveis, restos de vida, partes de vida. O pedaço de sofá que passa o faz pensar: "quantas pessoas assitiram televisão sentadas ali?"

No entanto, dali da ponte da Vila Esperança, se pôs a pensar: "de onde viriam e iriam parar aqueles pedaços de vida que o rio das Posses leva?"

No mesmo momento, Caco, sentado na ponte da entrada da Estrada da Serra, fica pensando nos pedaços de vida agarrados às margens do do rio... "Quem haveria de jogar tanta coisa da vida no Rio das Posses? Quem haveria de sujar tanto aquele remanso que há alguns anos ele tirava uns lambaris para o almoço?"

A esta altura, Pedro, ou melhor São Pedro, senhor de todas as águas armazenadas nas nuvens e no céu, avisa: -"Vou mandar água com força gente!!!"

Dedé, aquele que está sentado na ponte do Bairro Santo Antônio, jogando pedaços de vida no rio, não se importando onde iriam parar aqueles restos dele, dela e deles, observa a água subir: - "Oh natureza ingrata...Atiro em ti os detritos da alma, da palma,do trauma e o que você faz? Atira em mim tudo de volta para que eu possa amargar os meus incautos."

Não posso negar que quando confiro, retiro, infiro, me desfaço e atiro eu dou mesmo é um tiro, um magnífico tiro, um magnânimo tiro no pé.

Até quando teremos nossos pés mutilados?

Damos tiro no pé quando escolhemos mal nossos representantes, quando maltratamos a natureza e causamos o efeito estufa...Ufa!!!

Fazer o quê... Rezar para Pedro ( São Pedro: pois respeito é bom e a gente gosta ) que tenha misericórdia de nosso pé...

Prestemos solidariedade nesta hora com aqueles que tiveram seus pés atigidos pela irresponsabilidade dos muitos Dedés de rio acima que, além de acertar seu proprio pé, se encarregam de mutilar aqueles que pagam a conta da insesatez alheia.

"Nenhum homem é uma ilha. A Europa é um continente. Quando algum torrão de terra se desprende, a Europa fica menor. Do mesmo modo, quando algum homem morre, me sinto diminuído, porque faço parte do continente da raça humana. "-John Donne

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