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O egoísmo a favor do próprio bolso

A Estrada que dá acesso à Comunidade de Posses encontra-se, desde ontem, nesta situação. O ônibus não consegue chegar ao seu ponto final e os moradores estão andando ainda mais para chegar até suas casas, mas o preço da passagem é o mesmo.

Aqueles que fizerem suas compras, terão de carregá-las utilizando carrinho de mão, porque o ônibus não consegue passar.

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Para minimizar a situação, ontem, apesar de aborrecidos, mas entendendo as prioridades de atendimento da Prefeitura Municipal, uniram-se em mutirão e retiraram com enxadas uma grande quantidade de terra que obstruía a estrada para dar passagem a veículos pequenos e não ficarem totalmente isolados. Os veículos pequenos circularam normalmente.

Hoje, pensavam que o caminho continuava como deixaram e tiveram uma surpresa: a estrada estava entupida de barro e não se podia mais circular.

O motivo: caminhões que transportam eucalipto cortado para venda, não conseguiram passar e abriram mais o caminho, despejando toda a terra na estrada. Os caminhões tentaram passar buscar a sua valiosa carga e ficaram atolados no barro. Como o dono dos caminhões tem um trator, os veículos foram puxados e seguiram o seu caminho, deixando a estrada interditada para os pequenos passarem. O motorista do trator que puxou os caminhões não se preocupou em limpar a estrada, para dar acesso a todos.



Uma senhora, diabética, com uma ferida aberta, precisava ser atendida por um médico. Novamente, os moradores pensaram em retirar a terra, mas pediram a um proprietário da região que retirasse a terra, utilizando o seu trator e foram atendidos, até com a colocação de cascalho.

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O caminho ficou assim, após um trabalho de mais de duas horas.



Para surpresa de todos, após o serviço concluído, os caminhões, já transportando a sua valiosa carga, retornaram escoltados pelo trator que os "puxa", em caso de necessidade. Como o caminho já estava liberado para a passagem, o trator-escolta foi guardado na fazenda e os caminhões seguiram o seu destino, carregando o seu tesouro e destruindo toda a estrada.

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A Estrada de Posses, apesar dos buracos e após toda esta grande quantidade de chuva, continuava em condições de trânsito, mesmo que precárias. Com este trânsito de caminhões pesados, encontra-se intransitável em muitos pontos e, se não forem tomadas providências urgentes, somente os caminhões escoltados irão circular. Não haverá mais ônibus para atender aos moradores e todos terão que "amassar" barro, caminhando alguns quilômetros até chegar ao asfalto.

Em todo período chuvoso, as estradas vicinais passam por este problema.

O corte de eucalipto é feito, no período sem chuvas, em locais de difícil acesso. Quando começa a chover, os responsáveis pelo corte e venda utilizam os locais mais próximos e destroem, literalmente, as estradas vicinais, deixando muitas comunidades isoladas.

- É legal editar-se uma lei que proíba este corte no período chuvoso, como se faz no período da piracema?
- A Prefeitura Municipal, responsável pela manutenção e conservação das estradas vicinais, pode exigir que os responsáveis mantenham a estrada em perfeitas condições de uso?
- Isto é um caso a ser resolvido pela Polícia do Meio Ambiente?

Precisamos saber, para que as providências cabíveis sejam tomadas.

A comunidade de Posses agradece à Ana, ao Tavares e ao Kim pelo trabalho realizado na liberação da estrada.

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