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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Em defesa da bicicleta como meio de transporte

A busca da inclusão social, da sustentabilidade ambiental, da gestão participativa e da eqüidade no uso do espaço público deve contemplar o uso da bicicleta.

Vivemos em uma sociedade que cultivou o hábito de ver o automóvel como um símbolo de status, ignorando o papel do ciclista na mobilidade urbana. Porém, a utilização da bicicleta como meio de transporte envolve uma grande melhoria na qualidade de vida, reduzindo a poluição e emissão de ruídos, promovendo a inclusão social, minimizando custos de mobilidade, garantindo maior fluidez no trânsito, prezando pela saúde do meio ambiente e pelo bem-estar das pessoas.

Segundo um estudo recente da NASA, veículos motorizados estão entre os maiores responsáveis pela emissão de gases associados às alterações climáticas em todo o planeta. Usar o carro em demasia pode ser tão ruim quanto destruir a floresta. Mas se pedalar traz tantos benefícios, por que então as pessoas não utilizam mais as bicicletas como meio de transporte?

A
falta de segurança limita o uso da bicicleta

Magrela, Camelo, Creusa, Terezona... cada pessoa tem um xodó especial pela sua bike. Mas é triste perceber que muitas bicicletas estão enferrujando na garagem pelo receio que se tem de sofrer um acidente nas vias repletas de carros, caminhões e ônibus. A verdade é que centenas de pessoas não pedalam mais porque não existe um planejamento viário mínimo que permita o deslocamento de ciclistas com segurança e conforto. Pior ainda, em muitas vias públicas não existem calçadas, forçando o pedestre a se expor a riscos desnecessários.

Sem exceção, o uso popular da bicicleta está associado a diversos benefícios sociais e ambientais, oferecendo um mercado de produtos e serviços ainda pouco explorado no Brasil. Reconhecida como o transporte ecologicamente mais sustentável do planeta pela Organização das Nações Unidas, pela Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento e pela Agenda 21, a bicicleta oferece uma alternativa democrática, barata e eficiente para a mobilidade urbana em todo o planeta.

Planejamento Cicloviário – Uma Política para as Bicicletas

A inclusão da bicicleta nos deslocamentos urbanos deve ser considerada elemento fundamental para a implantação do conceito de Mobilidade Urbana para construção de cidades sustentáveis, como forma de redução do custo da mobilidade das pessoas e da degradação do meio ambiente.

O “Caderno de Referência para elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades” fornece subsídios para os municípios que têm intenção de implantar um plano cicloviário, integrado aos demais modos existentes, formando uma rede de transporte. Ele servirá como um importante instrumento para a formulação e desenvolvimento da mobilidade urbana devendo considerar-se as características locais e regionais, sempre com a participação da sociedade.

Em vigor desde 1998, o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997) incluiu pela primeira vez regras de condução da bicicleta, regras para organização da sinalização voltada aos ciclistas, limitações aos veículos motorizados e outras normas de comportamento para o uso das vias públicas que visam favorecer o uso da bicicleta em todo o território brasileiro.


Santos Dumont não possui infra-estrutura nenhuma que permita pedalar com segurança. É nítida a falta de investimentos na bicicleta como alternativa para o transporte.

Como não ainda não possuímos ciclovias, ciclofaixas e nem sinalização específica para os ciclistas, o Vereador Virtual sugeriu a implantação de paracliclos na área central da cidade. Pode ser o primeiro, de muitos passos que poderão ser dados para tornar a nossa cidade mais sustentável .

O retrato atual



Com a implantação dos paraciclos









Projeto de paraciclo/bicicletário adequado
(permite 2 bicicletas estacionadas lado a lado)
Clique na imagem para ampliar

Ao instalar um paraciclo/bicicletário, algumas precauções de segurança precisam ser tomadas:

- sempre deixar livre a passagem de pedestres;
- prever o risco do ciclista junto ao tráfego, quando curvar-se para trancar a bicicleta;
- instalar suportes em área plana, de forma a manter as bicicletas estáveis;
- preservar a visibilidade, principalmente em junções e cruzamentos;
- permitir a abertura de portas de carros, quando o paraciclo/bicicletário estiver em estacionamento ou próximo ao meio-fio.

Pisos táteis, podotáteis e superfícies texturizadas devem ser considerados como forma de alertar pessoas com deficiência visual sobre a presença do paraciclo/bicicletário. Faixas refletivas e pintura de segurança nos suportes são medidas de segurança adicional recomendadas.

Alegar que não há vagas disponíveis para fazê-los não convence: basta reduzir o número de vagas para estacionamento de automóveis. O meio ambiente agradece e o ciclista também.


Incentivos e financiamento ao uso da bicicleta como meio de transporte

A Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana – SeMob - tem promovido investimentos e debates para integração da bicicleta nos demais sistemas de transportes coletivos.

A SeMob (Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana - Ministério das Cidades) atualmente é gestora de três programas que direcionam recursos para projetos e obras de desenvolvimento cicloviário:

1) Programa de Mobilidade Urbana, através da ação Apoio a Projetos de Sistemas de Circulação Não Motorizados, com recursos do Orçamento Geral da União – OGU;

2) Programa de Infra-estrutura para Mobilidade Urbana - Pró-Mob, através de modalidades que apóiam a circulação não-motorizada (bicicleta e pedestre), para financiamento com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);

3) Pró-Transporte para financiamento de infra-estrutura para o transporte coletivo urbano com recursos do FGTS que atende, além dos órgãos gestores de Municípios e Estados, a empresas concessionárias.

Nestes programas, são disponibilizados recursos para desenvolvimento de projetos e/ou implantação de infra-estrutura para a circulação segura de bicicleta nos espaços urbanos, tais como ciclovias, ciclofaixas e sinalização, preferencialmente integradas ao sistema de transporte coletivo. Ao aportar recursos neste modo de transporte, o governo enfatiza o esforço em quebrar
paradigmas e tratar a questão dos transportes de maneira integrada e sustentável.

A implementação do Programa Bicicleta Brasil, que não destina recursos para projetos e obras de infra-estrutura, é possível através dos recursos da ação Apoio a Projetos de Sistemas de Circulação Não Motorizados, do Programa de Mobilidade Urbana.

3 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo e pela inicitiva em propor para nossos Governantes - Prefeito Municipal e Secretários, a presente questão, sabidamente urgente e necessária. O que não é urgente e necessário, sabidamente, é a intenção de nosso Prefeito e de seus Secretários em tornar nossa cidade mais bonita, saudável e limpa. Se não, vejamos: como estão nossas praças, nossas ruas, nossos passeios, nosso hospital, nosso pronto-socorro, nossos rios, nossa frota de veículos oficiais? Torcerei para que Suas Excelências leiam e se sintam motivados a trabalhar e bem para transformar nosso hoje maltratado e sujo Município numa aprazível e próspera cidade do interior mineiro.

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  2. Realmente, é de extrema importância a participação do Governo na questão dos meios de transportes e seus problemas e soluções.
    A ciclofaixa e ciclovia são indispensáveis, pois ela ajudam a diminuir o caos do trânsito, tendo em vista a utilização de mais bicicletas.
    Assim, ajudando até no meio ambiente! E foi nisso e em outros fatores que foram criadas as ciclofaixas e ciclovias, e o Deputado
    Federal responsável foi o Walter Feldman, do PSDB.
    Confira no link abaixo:
    http://bit.ly/aWojuI

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  3. O comentário assinado por Anônimo,de 17/09, é de LUIZ ANDRÉ BARRA COURI.

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